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MATO GROSSO

85% das mulheres assassinadas em 2024 estavam em plena idade produtiva, aponta relatório da PC

76% das mulheres mortas pelo atuais e ex-companheiros tinham algum tipo de renda


Por Assessoria | Polícia Civil-MT

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Imagem ilustrativa. (Foto: Banco de imagens freepik)

Relatório elaborado pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil, sobre os casos de feminicídios registrados no último ano, apontou que 85% das mulheres assassinadas em 2024, em Mato Grosso, estavam aptas para o trabalho e a construir suas carreiras.

 

Conforme o relatório, 32% das vítimas tinham entre 18 e 29 anos, e 53% entre 30 e 39 anos. Juntos, os dois grupos de faixa etárias situam as mulheres em fases de maior produtividade econômica, de vida e até mesmo para a maternidade. Em 2024, 47 mulheres foram assassinadas em Mato Grosso pela condição de gênero.

 

Um dos casos é o da agricultora e empresária Raquel Maziero Cattani, de 26 anos, que foi brutalmente morta em julho do ano passado, em seu sítio no assentamento Pontal do Marape, zona rural de Nova Mutum. O mandante do crime foi seu ex-marido, que contratou o próprio irmão para executar a vítima, e ainda criou álibis para ludibriar a investigação. Raquel deixou órfãs duas crianças.

 

Romero e Rodrigo Xavier Mengarde foram presos pela Polícia Civil cinco dias após o crime, após uma investigação meticulosa que conseguiu desvendar toda a dinâmica do assassinato da vítima. Os dois irmãos respondem por homicídio triplamente qualificado (feminicídio, promessa de recompensa, e emboscada com recurso que dificultou a defesa da vítima).

 

12% das mulheres mortas restantes estavam entre 50 e mais 60 anos. Outros 2% das vítimas ainda nem tinham completado a maioridade.

 

Desde 2021, a Diretoria de Inteligência da Polícia Civil produz o relatório sobre os feminicídios em Mato Grosso, com base nos dados dos boletins de ocorrências de homicídios e feminicídios, cruzamento de informações e em inquéritos policiais. O resultado é um perfil das vítimas e autores dos crimes, local e meio empregado, solicitação de medidas protetivas e os efeitos da violência praticada contra mulheres e adolescentes.

 

Perfis das vítimas e vínculo com autores

O levantamento aponta que 57% delas tinham apenas o ensino fundamental e 25% o ensino médio. Outras 11% possuíam o ensino superior.

 

Em relação à profissão das vítimas de homicídios ocorridos no ano passado, 76%, tinham algum tipo de renda e ocupações como auxiliar de limpeza, vendedora, diaristas, manicure, cabeleireira e professora.

 

O vínculo entre vítimas e autores é mais um ponto que reforça a violência ocorrida dentro dos lares. 36% das mulheres assassinadas tinham relações entre 1 e 5 anos com os autores, e outros 19% tiveram relacionamentos entre 10 e 20 anos.

 

O relatório da Polícia Civil mostra que 57% dos crimes foram cometidos pelos parceiros íntimos atuais. Já aqueles que não tinham mais nenhuma relação com as vítimas (ex-namorados ou ex-conviventes) alcançaram 17% dos crimes cometidos. Outros 13% tinham vínculo familiar com as vítimas, e 8% tinham relações casuais.

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